Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2008

Cabelo e barba...

Sim, eu fui ver o último do Tim Burton, "Sweeney Todd". E agora não consigo passar por um balcão do Millenium BCP sem pensar em degolações... Céus!
publicado por Luís às 23:38
ligação | comentar
Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2008

Era uma colonoscopia a essa malta!

 

Einstein disse que Deus não jogava aos dados com o Universo mas, com todo o respeito, estava errado. Ah, sim, lá o Clifford Will (1) pode berrar e guinchar, mas é um facto. Isto também não é baseado nas teorias do professor Stephen Hawking, que veio dizer que sim, Deus era mesmo um jogador, e um daqueles viciados que atira os dados por qualquer parvoíce. Nem é por nada, mas usar probabilidades para determinar a seguinte opção é algo que o Duas Caras (2) do Batman já fazia nos anos 50, e nunca ninguém reclamou! Estou a ver que, para o professor Hawking, a vida imita a má banda desenhada (3), o que não deixa de ser uma teoria mais interessante que a maioria. Mas, como referido, esta idiot... constatação de factos também não se baseia aqui, e se alguém argumentar que muito antes do Bloquito existir já o Universo navegava numa casca de noz (4), bem, essa gente faz parte de uma conspiração do sistema que deseja prejudicar o Bloquito (uma das melhores coisas de assistir ao futebol é aprender a disparar acusações extremamente parvas e sem pinga de lógicas às quais, todavia, toda a gente dá atenção (5)).

 

Agora, pode haver gente cujo único defeito é chorar muito com as injustiças do mundo (magnífico defeito!), mas não têm razão por isso, porque a (in)justiça não existe. Acaso o verme pisado na rua quando estamos atrasados questiona ser esmagado? A aranha chora a teia destruída por uma limpeza da casa? Os pequenos ratinhos lamentam a mãe que não aparece porque foi esmagada por uma ratoeira? A ideia do Deus que, coitadinho, é tão preocupado com a vida de cada um, é tão sensata quanto não nos livrarmos de uma praga de formigas só porque, enfim, também são seres vivos. Mas de onde veio agora esta profunda reflexão que, à semelhança de qualquer palavra do Bloquito, ameaça mergulhar as entidades e paradigmas estabelecidos num turbilhão de revolta e polémica? Terei eu reflectido profundamente na dicotomia Ocidente/Oriente que ameaça rasgar a realidade contemporânea? Teria mergulhado nos recantos mais recônditos da alma humana, numa viagem da qual o delírio, o sonho e a destruição foram constantes (6)? Estarei a ler demasiada BD? Não, o facto é que fui ao cinema.

 

Hipótese num âmbito puramente matemático: se Deus existe, porque determinou que as pessoas a sofrer de complicações intestinais levam uma colonoscopia? Acaso não sabe Ele (e sabe, porque enfim, é Deus!) que as pessoas com complicações intestinais questionam toda a vida? Deviam ter comido aquilo? Teria sido daquele caril? Talvez todas aquelas bebidas? Ou os doces, tão doces que eram? A resposta de Deus a estas pessoas em tão grande dilema existencial é (que me perdoem a crueza, mas as coisas são ditas como são) um cabo de vassoura pelo rectum adentro. Bem adentro. Se Deus existe, porque não determinou que aqueles que vão ao cinema e não sabem estar calados durante todo o maldito filme levassem com a colonoscopia? Não seria muito mais adequado, uma muito melhor gestão de recursos? Apenas o estar no cinema com a garantia que ninguém estaria a mandar bocas, bocas essas entre o altamente desnecessárias e o francamente foleiras, daria toda uma lufada de ar fresco. Mas não. O que temos é uns a levar com ela (com a colonoscopia, quer dizer), e aqueles, sossegadinhos, a desfazer a vida aos outros.

 

Grande ideia, Deus!

 

(1) autor de "Einstein Estava Errado?", no qual lança as bases para determinar a veracidade das teorias de Albert Einstein. Apesar de lançar o título como se fosse um grande mistério, daqueles que nos filmes só é resolvido nos últimos minutos e deixa toda a gente Ah!, dá a resposta no resumo na parte de trás do livro. Grande plano, Cliff;

(2) uma daquelas criações-maravilha que apenas a BD consegue, um tarado com a cara deformada que determinava o que fazer a lançar uma moeda ao ar;

(3) da citação de Woody Allen: "A vida não imita a arte, imita a má televisão";

(4) do livro de Stephen Hawking, "O Universo Numa Casca de Noz";

(5) apenas um exemplo em milhares que pululam como coelhos no cio por essa realidade alternativa que é o futebol português...;

(6) claro, de "Sandman, The Brief Lives", na qual Delírio convence Sonho a procurarem o irmão Destruição, que abandonou a família séculos antes e não voltou a ser visto.

 

Etiqueta:
publicado por Rui às 12:56
ligação | comentar | comentários (3)
Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008

Nós por cá...

Para o melhor ou para o pior, e de cada vez que vejo o Telejornal dos canais nacionais (sempre às 19h de cá) sinto-me genuinamente como se estivesse noutro planeta. Falarem-me das cheias em Lisboa tem em mim o mesmo efeito que ver um documentário sobre as erupções solares. Se antigamente achava que o país se centralizava na Capital, então agora... Por todo o lado na TV, notícias de roda-pé "Mau Tempo!!" "Tragédia, Drama, Horror!!" ... Até pensei que o país se estivesse a afundar. Liguei à minha mãe.

 - "Não... por aqui esteve muito sol..."

Ah, OK. Enganei-me. Aveiro não faz parte do país, tinha-me esquecido.

Há uns dias houve aqui chuvadas-de-criar-bicho, a ilha quase parou, ventanias de arrancar bananeiras. Notícias no Telejornal: zero.

Imagens do trânsito de Lisboa e Porto fazem-me rir. Muito.

Reportagens de feiras de artesanato e feiras gastronómicas no Alentejo e nas Beiras fazem-me chorar. Muito.

Portugal Continental tornou-se uma paisagem que vejo ao longe, dentro de um daqueles globos de vidro, sem ter a certeza se tudo aquilo existe na realidade, fazendo-me duvidar que alguma vez tenha estado em locais tão exóticos como Azurva, Vila Nova de Gaia ou até mesmo esse ex-libris mundial, Cacia...

publicado por Luís às 12:44
ligação | comentar | comentários (2)

"O Ataque de Kaíbe!!!"

Teve que ser. Buscando emprego, voei até à Ilha, como lhe chamo (não sei porque o faço, mas o facto de estar numa porção de terra rodeada de água por todos os lado quase que me obriga).

Nada senti a início, mas aos poucos fui-me apercebendo de inúmeras coisas.  Aqui, as lojas cinjem-se aos artigos de primeira água. Não se consegue encontrar pechinchas de marca Roskoff porque não são pedidas. Logo, somos obrigados a comprar bom e caro. Eu só precisava de tretas que me durassem o presente ano.

Falando em compras, o meu cartão de pontos do Minipreço, da Repsol, do Carrefour são meros pedaços de plástico idiota que uso para barrar manteiga no pão. Aqui, apenas existe Modelo e Galp. De vez em quanto encontra-se uma bomba da BP. Nada que incomode muito a ordem das coisas.

Mais cortante é o facto de aqui não ter assistência médica da ADSE, fazendo com que qualquer intervenção de saúde que, no continente, me ficaria por 40 euros, aqui exige-me 200. O meu molar esquerdo superior é, de momento, o meu pior inimigo. Nunca alguém me inflingira tanta dor.

 

Não tenho dúvidas. Estou a passar pela mesma e exacta situação que passou o Super-Homem quando perdeu os poderes ou mesmo Son Goku quando chegou ao planeta do Kaíbe, onde a gravidade era muitas vezes superior à da Terra e o obrigava a quase rastejar no chão.

publicado por Luís às 12:15
ligação | comentar
Segunda-feira, 18 de Fevereiro de 2008

Inutilidades

A questão do (des)emprego é muito preocupante, sim senhor, mas há que meter o dedo na ferida e admitir que há profissões que andam por aí sem fazer nenhum. O que não deixa de mostrar os tempos em que andamos metidos, porque se dantes eram as pessoas que não faziam nenhum, agora são os próprios empregos que não se percebem muito bem. Os comentadores de futebol são dos primeiros. Repare-se, isto é gente que, por obrigação profissional, tem de gramar coisas como aquele Benfica - Paços de Ferreira da semana passada, tão emocionante (?) que se entretiveram a contar os espectadores nas bancadas. Isto não é um lirismo, um dos comentadores perguntou mesmo ao colega, "E então, já contaste os lugares ocupados?". É esta gente, após gramar com coisas destas que vai escrever nos jornais "o futebol é como a vida, mas sem as partes aborrecidas". Ou eu ando a perder alguma coisa no futebol (uma hipótese que apaguei logo após gramar o Portugal - Itália, também pelas semanas passadas), ou estes senhores andam a perder alguma coisa na vida. Mas percebo. Antes mandar patacoadas destas e assegurá-lo ao final do mês, do que ir para a linha do centro de (des)emprego.

 

Não pela insustentável leveza do ser desempregado, mas porque as gentes do centro de emprego são outras que também não sabe muito bem o que andam a fazer.

 

Fui hoje ao referido centro de emprego, por dúvidas em relação ao desemprego, coisas como a inscrição, os subsídios, as percentagens, os comprovativos. O que se seguiu foi algo na linha do seguinte "diálogo":

 - Fiquei agora desempregado, e estou com algumas...
 - Então só tem de enviar o modelo MR1, que tem de estar preenchido pelo empregador, para a segurança social (espere aí que já lhe arranjo um), mas olhe que nós aqui não tratamos de nada.
 - Já tenho o modelo, mas não é por isso que estou aqui, estou com dúvidas, como se...
 - Sim, mas é a segurança social que trata disso.
 - Mas aqui é que é o centro de emprego.
 - Sim, mas só lhe posso arranjar o papel, olhe, só tem de o preencher e...
 - Mas eu não quero o papel, quero que explique como é que funciona o desemprego!
 - Mas, senhor, já lhe disse que é a Segurança Social que trata das questões do desemprego.
 - Mas vocês é que são o centro de emprego!

 

A originalidade de um centro que não trata daquilo para que foi criado. Suspeito que anda aqui o Simplex. Nada mais simples para remover custos e burocracia do que manter todos na ignorância.

 

Etiqueta:
publicado por Rui às 19:38
ligação | comentar | comentários (2)
Sábado, 16 de Fevereiro de 2008

Abreu, dá cá o meu!

E pergunto-lhe, incauto leitor, qual é a semelhança entre mim e a Luciana Abreu?

 

Momento de pausa para o leitor se maravilhar com a técnica estilística de iniciar o artigo com um choque que capta logo a atenção, técnica utilizada, ainda que obviamente com muito menos sucesso, na sequência inicial d’ “O Resgate do Soldado Ryan”, ou nos primeiros segundos da música da Guerra das Estrelas.

 

Ao contrário do que vão pensar, não é uma questão gratuita, daquelas feitas para atrair ao Bloquito(s) quem anda a procurar por “Luciana + Abreu + seios” no Google. Não, é algo com toda uma profundidade, semelhante em relevância à problemática dos velhos que se sentam no café a falar sozinhos. Alguma vez apanharam um destes? Durante esta semana sentei-me a jantar, e na mesa ao lado estava um, a falar para o ar, a gesticular irritado, a abanar a cabeça hesitante. Sozinho, lá está. Aposto que estava a pensar em algo que os irrita tanto a eles como me irritam eles a mim, nomeadamente e mormentes, a mania que as mulheres têm de passar a vida a choramingar que os homens são uma cambada de parvos, idiotas, cabrões, palhaços, imbecis, cromos, burros e bobalhões, entre outros mimos. Não é uma questão que me perturbe a mim, claro, porque após quatro anos de Bloquito, fiquei detentor de todas as verdades do Universo, e estas questões menores não me incomodam – mas se atormentam o atormentado idoso!

 

Pois, e eu sei que é isto que cada velho que se senta num café a falar sozinho está a pensar, os homens são mesmo, todos eles, uma cambada de parvos, idiotas, cabrões, palhaços, imbecis, cromos, burros e bobalhões. E a culpa, reflecte o reflectivo anoso, é das mulheres, claro. Porque se é um facto tão profundo que os homens fazem qualquer coisa pelas mulheres, porque são eles uma cambada de tudo o atrás descrito? Porque elas gostam assim, e a a partir do dia em que exijam que eles deixem de ser uma cambada de parvos, idiotas, cabrões, palhaços, imbecis, cromos, burros e bobalhões, os homens não terão hipótese nenhuma que não seja deixarem de o ser. E apesar de não ter percebido nada do que o raio do velho sentado ao meu lado dizia, sei que era isto que ele dizia.

 

Sei também que a doce Luciana gostaria de um homem que com ela partilhasse o facto de ter visto o seu contrato rescindido por uma certa e determinada grande empresa portuguesa (gostaria de salientar que o facto de ser uma "grande empresa" não quer dizer que seja uma "empresa grande", da mesma maneira que uma boa mulher não é necessariamente uma mulher boa). Vai daí que eu, enquanto bom homem, e igualmente homem bom, vi também o meu contrato com essa certa e determinada empresa portuguesa não renovado. Mas apenas por causa da Luciana, a quem aproveito para mandar uma beijoca de agradecimento. E uma outra para agradecer a oportunidade de ter utilizado, pela primeira vez num artigo, a palavra “bobalhões”. Muito obrigado.

 

Etiqueta:
publicado por Rui às 11:25
ligação | comentar
Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2008

Nossa Senhora do Voice-Mail

Aparentemente existem duas entidades omnipresentes:

Deus, qualquer que seja a sua manifestação;

e a senhora das telecomunicações, a que fala conosco quando ligamos para um telemóvel desligado. Não é sempre a mesma voz? Que terá feito tal senhora para deter o monopólio dos voice-mails automáticos? QUEM será ela? Será que as pessoas se voltam na rua ao ouvi-la falar, não sabendo muito bem de onde é que conhecem aquela voz? Será que lhe desligam o telefone na cara quando ela atende porque pensam que caiu no voice-mail? E o seu namorado? Terá ele a leve sensação de estar a carregar em teclas de telemóvel quando lhe toca no corpo e a ouve falar? Será que têm joguinhos e piadas privadas do tipo: "Se quer uma massagem no peito, marque 1. ... Se quer que lhe tire a camisa, marque 2. ... Se pretende que execute um felatio, marque 3. ..."

 

Não sei... Parecem-me questões demasiado profundas e realmente importantes que teimam em estourar-me na mente como bolas de sabão. Mas daquelas de detergente da loiça, não das de sabão de qualidade...

publicado por Luís às 09:44
ligação | comentar | comentários (1)
Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2008

Retrete da Vida...

A primeira vez na vida que se limpa uma retrete, vulgo sanita, é a mais importante. Tudo se resumerá a uma questão do foro psicológico, é uma batalha mental, pura e simples. Sim, é ali que o ser humano executa todas as actividades consideradas mais asquerosas e sujas do seu dia (ou, se existirem alguns problemas de ventre, da sua semana). Sim, é ali mesmo que cada um de nós explusa e exparge tudo quanto é substância que nem sequer o nosso intestino grosso aceita. Sim, é ali que, depois de uma noite bem bebida, se corre o risco de acabar, ajoelhados perante o trono de porcelana, como que orando a um deus de regurgitação. Mas ainda assim tem que ser limpa.

Lembro-me de sentir algum asco em pequeno, quando me caiu um pequeno brinquedo em dito buraco e tive que o resgatar. Operação simples, levou menos de cinco segundos, mas eu sabia o que se fazia ali... E desde que vim trabalhar para longe da redoma da casa dos papás, sendo rapaz que sou, tendo (muito cobardemente) me conseguido esconder nessa mesma condição para não ter que limpar tal objecto com demasiada frequência e tendo já me esquecido dos tempos de estudante em Coimbra, eis que me vi ajoelhado perante A Sanita. Não com intestino solto, não com whiskey a mais no bucho, mas munido de esponja e gel desencrustante.

Somos só eu e tu, disse-lhe. Tantas vezes viste meu buraco, é justo que agora seja a minha vez. Exemplo prático que "Cá se fazem, cá se pagam." É limpinho.

 

publicado por Luís às 13:18
ligação | comentar | comentários (1)
Terça-feira, 12 de Fevereiro de 2008

O Pequeno-Poder ao Poder!!

Qualquer dia destes vou-vos falar da empregada do bar da sala dos professores da minha presente escola. É o exemplo perfeito para falar no mais simples conceito que magiquei por estes dias: o pEQUENO pODER.
Todos nós já vimos ou fomos vítimas dele. O pequeno poder é aquele manobrado por todo e qualquer mortal assim que se vê numa qualquer cadeira de plástico desbotada pelo sol e se julga num trono.
A mencionada senhora de quem falarei um dia destes é absolutamente mestra em tal demonstração. Logo no meu primeiro dia, ao entrar no também já mencionado bar da sala dos professores às 08h12m fui brindado não com os esperados "Bom dia!" ou "Ena, carne fresca!" mas sim com o definidor de pequeno poder "O bar só abre às oito e um quarto!"

Lindo! Toda a mestria, toda a destreza, o manobrar ágil do verbo no imperativo sem no entanto proferir uma ordem de facto. E isto prolonga-se a tudo o que é relacionamento com tudo o que é professor  contratado ou que se encontra no primeiro ano naquela escola. 
"Senhor professor, a chávena não fica na mesa!"
"Senhora professora, não pode deitar o lixo nesse caixote depois das três da tarde!"
"Senhor professor, tem que sair agora desta mesa que é para quem vai almoçar."
"Senhor professor, veja se me dá o dinheiro por cima e à esquerda da montra dos pastéis de nata, enquanto se apoia apenas numa perna e canta o genérico do "Justiceiro"." ...

Isto são exemplos que me ocorrem a esta hora. Todos nós já os vimos em dezenas de outras situações. Um empregado de balcão que nos responde ao nosso "Faz favor..." com um erguer de mão do tipo "Aguenta aí os cavais que tou a bater couros à menina do quiosque." É toda a nata-da-nata da sociedade que nos diz que lá fora até podemos ter licenciaturas, mas ali quem manda são eles. Uma espécie de pequena vingança e gratificação por nunca irem ganhar muito mais que o salário mínimo. Deve até vir no contrato como pseudo-grojeta. Digo eu. Um pouco como os escaravelhos do escremento se sentem relativamente bem quando são comidos por pássaros e afins. "Se soubesses onde eu já andei com estas patas... Eheheheh...", pensam eles.
publicado por Luís às 23:48
ligação | comentar

Cheguei...!

Um rasto de avião vê-se ao longe. Não se compreende muito bem como nem porquê mas no ar não existe som algum que evidencie a passagem de tal meio de transporte. Apenas uma linha branca que rasga o céu como um traço de giz num quadro negro.

Da mesma forma que ninguém no chão consegue discernir o que raio executa tal efeito no céu, o próprio Autor, em velocidade semi-supersónica pelos ares, não consegue ver o que quer que seja que se assemelhe a forma de Vida lá em baixo.

O vôo é delicioso. A Terra lá em baixo passa muito mais devagar que aquilo que se julgaria. Não fosse a sensação quase cortante do vento no rosto, o Autor quase que se poderia supor parado no ar.

Mas chega a altura de aterrar. A Terra é suja, conspurcada, cheia das desgraças da Humanidade. E todas essas impurezas cairão sem dúvida na camisa de linho alva do Autor. O Filtro que sempre teve à mão está gasto, o braço que erguia o Escudo, cansado. Todo e qualquer projéctil ou perdigoto o atinge, o torna mais um pouco parte da própria imundice. Mas a alternativa é voar sempre, sem descansar. Que fazer?

Que remédio. É voar, rasgar os céus, e aterrar sempre que se esquecer do que o espera cá em baixo.

Com um estrondo, o Autor cai na Terra, enterrando as pernas até aos joelhos com o impacto.

Aguardemos para ver o que sucede na versão Plural desta ilha a que se teima chamar de Bloquito.

 

:
Etiqueta:
publicado por Luís às 16:36
ligação | comentar | comentários (1)

Abril 2020

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30


Pesquisar

 

Arquivos

Abril 2020

Março 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Maio 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Artigos recentes

diário de uma pandemia

assim a modos que daquela...

coisas em que não se pens...

também é verdade

os anéis no céu

P.A.C. Man

no trabalho

emoções

à procura...

#1

RSS