Sexta-feira, 25 de Julho de 2008

who watches the dark knight

 

 

Eu bem que me afastei dos trailers, teasers, imagens, notícias, making-of, necrologias, etc., mas vou amanhã verificar este filme, e se não for a maior contribuição à Humanidade desde o sexo oral e a cura para pelo menos um tipo de doença inflamatória intestinal, vou ficar muito desapontado.

 

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publicado por Rui às 20:01
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Sábado, 19 de Julho de 2008

o panda do kung-fu

É verdade que antes sequer de ir ver O Panda Do Kung-Fu já estava com os azeites em relação ao filme. O primeiro problema é que nesta fascinante cidade de Aveiro acharam por bem só exibir o filme na versão portuguesa, e eu não apoio em nada a dobragem de filmes, com ou sem "grande qualidade das vozes na versão portuguesa". Aqui está um país que se queixa de as crianças não lerem, onde o Governo instaura um programa para ensinar cada vez mais cedo o inglês, e numa rara oportunidade de juntar os dois conceitos, i.e., ler português e ouvir inglês, manda-se a ideia à fava e dá-se às crianças o que elas já ouvem todos os dias. Mais, porque a dobragem permitir a quem não sabe ler perceber a história é um argumento tanto mais falacioso, porque se os petizes ainda não sabem ler, ainda não conseguem perceber os conceitos do filme, algo demasiado bem demonstrado na quantidade de questões atiradas durante a sessão como "mas e o que é que aconteceu agora, pai?", "e ele morreu, pai?", "ah, mas e ele só está a dormir, pai?". O segundo problema é que alguns dias antes me garantiram ser um filme "com moral", e embora não tenha nada em princípio contra morais, nos filmes infantis estas costumam ser, bem, falsas. Mentirosas, se preferirem. Um qualquer resumo do filme publicado naqueles folhetos de publicidade dos cinemas Lusomundo deixava logo a perceber que o panda do título, apesar de gordo, preguiçoso, anafado, guloso e sem nunca ter enfiado um treino de kung-fu na vida, iria rapidamente tornar-se um mestre incontestado da arte apenas pelo desígnio arbitrário da história, que lhe dá o bonito nome de "só tens de acreditar". E depois, porque a melhor ideia de um panda mestre de artes marciais já foi deixada em "The Frozen Throne", onde o panda é um embriagado mestre que percorre o mundo à procura das melhores ervas para as bebidas alcoólicas, o que está mesmo longe de ser um bom modelo para as crianças. E todos sabemos como os bons modelos são divertidos.

 

 

Mas o filme, então. O panda Po é escolhido como um lendário guerreiro, e depois de um atribulado treino marcial, derrota o vilão. E é isto, o que me faz perguntar qual é a fonte de ideias aleatórias onde os autores vão buscar estas histórias, isto é coisa de Karate Kid e aquele filme em que um puto derrota o Van Damme que é o mau da fita. Não pode ser assim tão difícil arranjar ideias novas, aqui vai uma: lá que o panda gordo queira ser um grande mestre é problema dele, porque depois de anos sem mexer uma palha por mais que treine não tem hipótese de passar de um estudante mediano. Continua gordo, alvo da chacota geral, o mestre perde a paciência com ele, e acaba por desistir depois de se declarar à tigresa boazona, que se ri das apaixonadas intenções, zomba das suas lágrimas e estala-lhe os dedos enquanto se passeia com o tigre-das-neves, de maravilhoso aspecto, péssimo carácter e um Bentley GT Continental. Apenas isto e já está a milhas de distância de noventa porcento das coisas que inventam por estes dias. Agora, digo que a animação está mesmo muito boa! Po é tão fofo e adorável que dá vontade de o abraçar como a um grande boneco de peluche, os efeitos dos cenários são fabulosos, e a sequência inicial é um belo toque, pintada como se fosse uma pintura chinesa antiga. Mas se tiverem de contar os tostões para as refeições diárias, ou se forem daquelas pessoas para quem sexo é actividade constante, não vale a pena perderem dinheiro ou tempo no filme. Não assume nenhum risco, a história é linear, a moral fez-me revirar os olhos mais do que uma vez, e sem contar a parte do sonho logo ao início, não teve momento nenhum que me fizesse suster a respiração para a largar com um "car****!". Esperem que aquele amigo saque compre a versão original e depois peçam para copiar ver.

 

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publicado por Rui às 20:42
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Segunda-feira, 14 de Julho de 2008

de pessoa a son goku, um ensaio da condição humana

 

 

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publicado por Rui às 20:39
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Sábado, 12 de Julho de 2008

procurado

"Procurado" tem-se vendido pela presença da Angelina Jolie, mas não podia estar mais a marimbar para a mulher, porque se há gente que anda a precisar urgentemente de uma terapia de engorda e de acumular alguns quilos extra é a sr.ª Pitt. O grande interesse do filme, claro, era ser baseado numa B.D. do Mark Millar, o escritor de The Ultimates, B.D. essa que eu não li, o que me corta a possibilidade tão querida que é choramingar como o filme não tem nada a ver com o original, e que o original, claro, é muito melhor - e sim, V de Vingança, é para ti que estou a olhar! Portanto, "Procurado", o filme.

 

Wesley Gibson é um contabilista falhado, como em todos os filmes em que alguém descobre ter imenso talento escondido que o leva a um grande destino, até descobrir que tem a capacidade de fazer slow motion a todo o planeta, o que dá muito jeito para matar pessoas. A partir daí mete-se a fazer de assassino à parvoíce, e ainda anda por ali uma ou outra reviravolta, como a roupa suja da família e um  tear (?) do destino (!) que diz a Wesley e à sua matilha quem devem matar. Claro que nada nem ninguém sequer se lembra de explicar de onde é que vêm os fios e se não haveria maneiras mais proveitosas de os aproveitar que não a matar pessoas, como por exemplo a sacar os números do Euro Milhões, o que deixa um tremendo buraco na história, mas para mim esta já tinha sido atirada janela fora desde o início, porque desde criança que assisto aos filmes que choramingam como todos têm um grande talento que espera apenas pelo momento certo para se revelar, e desde então que espero por essa descoberta que fará toda a minha vida ter sentido, a ganhar milhões sem fazer nada e com todas as mulheres boazonas que deseje aos meus pés, mesmo que me comporte como um anormal ao pé delas. A ideia que alguém que nunca chutou uma bola de futebol se torna um Cristiano Ronaldo em apenas seis semanas  porque o argumento assim o quer não é uma boa ideia, e se alguém argumentar que é um arquétipo que vem desde a Grécia Antiga eu irei concordar com que a Humanidade é uma contínua sucessão de erros.

 

Estando então o argumento a repousar numa fresca e borbulhante pilha de excrementos, restava a acção, e admito que houve ali alguns momentos em deixei escapar um ou outro "cara***!", e no bom sentido, porque desde o primeiro Matrix não se mostravam tantas maneiras novas de fazer voar balas em câmara lenta. Os tiroteios e balas com efeito e disparos feitos do outro lado da cidade são mesmo bons, e os autores devem ter-se divertido à grande a encontrar novos e rebuscados resultados para o premir do gatilho. Claro que a espectacularidade desas cenas leva à profunda reflexão que isto é apenas mais um filme pornográfico, em que se metem as conversas para a frente à espera que venha a acção, o que realmente determina quem irá gostar deste filme. Se for um apreciador de um "Bolero" ou de um "Emanuelle" , é provável que a hiperactiva testosterona de "Procurado" não seja o suficiente para justificar os cinco euros e quarenta cêntimos do bilhete, mas se a vossa onda for mais num "Ninfomaníacas Pérfidas e Sensuais, parte XXIII", então estejam à vontade.

 

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publicado por Rui às 21:07
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Quarta-feira, 9 de Julho de 2008

cá uma anarquia!...

Coisa que me faz jorrar ódio é a malta dos tags que escrevinha letras onde lhes dá vontade e acham que são artistas. Parte de os ter como uma cambada de fenomenais idiotas  passa por essas essas letras não terem qualquer significado, mas em especial quando deixam coisas como "abaixo o capitalismo!" e se acham bué da anarcas. Não. Parem! Não quero ouvir que são "manifestações do elevado descontentamento em relação à actual situação" e blá, blá, blá, porque se tivessem um mínimo de capacidade, e obviamente que não têm, pensariam duas vezes antes de se "manifestarem". Mas um pouco de História, então.

 

Há muito tempo, eram os reis os governantes do país, e eram escolhidos consoante nasciam. Há quem considere essa uma óptima ideia, mesmo se fosse hoje o Dom Duarte o nosso senhor, mas podia ser muito pior, nos Egiptos e Japãos havia "reis" considerados seres divinos, e chamados de "faraós" ou "imperadores". Não tenho nada contra o D. Duarte, mas considerá-lo um anjo é exagerado, aliás, qualquer coisa acima de "gajo com pinta do taberneiro ali da tasca na esquina"  já seria demais. Essa altura em que os reis eram levados a sério, e não como uma desculpa para encher capas da Hola!, era uma altura em que não haviam telemóveis nem Internet, e quanto maior a distância mais tramado era tratar dos problemas, pelo que as terras eram dadas aos nobres e ficavam à sua responsabilidade. Estas terras eram como pequenos países, com um castelo como capital, as muralhas como fronteiras, os escravos como camponeses a fazerem tudo nas plantações, pescas, gado, etc., de onde tiravam o suficiente para se aguentarem e davam o resto ao senhor, e ainda pagavam impostos, mais extras pelo nascimento dos novos senhores, dos casamentos reais, dos funerais, baptizados, crismas, extremas unções, perdas de virgindade, entre outros. Se não gostassem e reclamassem, podiam ser expulsos, espancados, torturados, afogados ou massacrados com extraordinários requintes de malvadez, ou podiam apelar à Igreja e serem considerados hereges, sendo então expulsos, espancados, torturados, afogados ou massacrados com extraordinários requintes de malvadez. Os taradinhos das fantasias medievais podem achar uma época fascinante, mas devem ter sido tempos de merda, literalmente, porque não existiam esgotos nem ideias de higiene e a quantidade e qualidade de excrementos seria fabulosa. Quando ouço alguém falar da extraordinária imaginação dos Tolkien e C.S. Lewis da vida lembro-me de em criança considerar o Benfica uma extraordinária dádiva dos Céus, para crescer e perceber que tão gloriosa oferta não era mais que uma cambada gentes a debitarem frases de efeito a quem era dada muito mais atenção do que seria razoável em qualquer ponto da galáxia.

 

Agora, o capitalismo. A única coisa que me faz jorrar ainda mais asco que a malta do tag é a malta do tunning, aquela para quem um carro rosa com bancos em cabedal branco é uma expressão artística e para quem a companhia feminina é para deixar algumas horas à espera enquanto se discute com os amigos a última aplicação de néon para enfiar no tubo de escape. Sim, é malta cool que usa bonés de noite, mete o subwoofer topo-de-gama comprado com a mesada dos pais a bombar Frank Maurel porque pensam que é música, e que acham "The Fast And The Furious" o melhor filme jamais feito. Mas é adequado, porque o capitalismo começou também com Henry Ford, que nas alturas dele percebeu que a construir mais carros ganhava mais dinheiro, e alinhou as linhas de montagem das fábricas, especializando funcionários e aumentando os salários ao mesmo tempo que dava regalias fabulosas. Como os lucros do velho subiram de uma maneira parva, muitos outros patrões o copiaram e isso resultou em muitos outros trabalhadores a conseguirem muitos outros meios de terem dinheiro. Com os mealheiros recheados, finalmente podiam mandar os senhores do feudalismo aquela partes e, sem estas classes mais altas a armarem-se em espertas, ideias de liberdade e igualdade da Independência dos E.U.A. e da Revolução Francesa puderam espalhar-se, o que lançou as bases e liberdades da actual sociedade, sociedade essa em que determinada malta pode comprar grossas canetas de feltro para barafustar contra um sistema que lhes permite justamente ter a liberdade de comprar grossas canetas de feltro para barafustarem contra o sistema, em vez de as aproveitarem para fazer uma colonoscopia a si próprios. Sem anestesia.

 

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publicado por Rui às 23:15
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