Há um episódio do Texas Ranger no qual o Walker é atacado por um urso, e sendo esta série uma ode masturbatória às capacidades bélicas do Chuck Norris, supõe-se que o bicho não está ali para um abraço mimoso à Ursinhos Carinhosos, e que rapidamente vai partir para cima do ranger e ser pulverizado em pó por um único e extraordinariamente poderoso pontapé rotativo. Reflectia eu que seria indubidavelmente assim, quando o Chuck derrota o urso com um único olhar fixo.
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Antes de continuar, vou confirmar o atrás descrito, só para terem a certeza que o vosso cérebro não foi catapultado para o espaço sideral: ao ser atacado por um bicharoco com força para lhe arrancar a cabeça à patada, o McQuade não contra-ataca com uma caçadeira ou com o referido rotativo, suponho que pelo facto do rotativo do Chuck Norris ser uma demonstração de energia em tudo superior aquele flato inconsequente do Big Bang e que encontra paralelo somente no rotativo em esparregata do Van Damme, e é por isso que estas duas almas nunca se encontraram em filme, com as insofismáveis provas científicas a demonstrarem que os dois estarem na mesma sala seria o suficiente para destruir todo o Universo... Mas com um olhar fixo!
Foi a partir desse momento que cresceu em mim o superior objectivo de Vida de conseguir, não reproduzir sine qua non, só para enfiar aqui uma expressão em latim que dá a ideia de ser um gajo todo culto e espectacular, o olhar fixo do Chuck Norris, objectivo esse claramente muito acima das minhas, ainda assim consideráveis, capacidades, que isto do Chuck Norris sabe-se que basta olhar por mais de dois segundos para qualquer pessoa, objecto ou animal para todas as donzelas num raio de cinquenta quilómetros perderem a virgindade, mas reproduzir em qualquer outra pessoa, ipso facto, o mesmo efeito de abandono e perplexidade que o pobre do bicho sentiu. E após uma prolongada estadia na Lusitânia americana, i.e., o Brasil, consegui.
Não sei quem inventou essa patranha do turismo ser uma alavanca para a simbiose da História, Cultura e Tradição, dos países e respectivos povos, provavelmente o mesmo génio de marketing que nos tenta há anos convencer que os coldplay são uma banda de música, porque a acreditar em toda a gente, o único interesse noutros países e respectivos povos é saber se as naturais do país são jeitosas/bonitas/engraçadas/boazonas, ou outro adjectivo equivalente. E também não sei quem inventou a patranha da grande beleza e sensualidade da mulher brasileira, provavelmente o mesmo gajo dos coldplay, que confundiu o catálogo da Victoria's Secret com um postal do Rio de Janeiro, porque as mulheres brasileiras são, globalmente falando, e numa palavra, feias. E é aqui que alcanço esse objectivo tão profundo a que me submeti, ao revelar que, na verdade, e ao contrário do que a Globo, Record e Playboy nos impingiram, as canarinhas são, em duas palavras, muito feias, e assisto ao abandono e perplexidade no rosto de quem comigo parlamenta. A sério?!, perguntam. A sério, respondo.
Não é polémico afirmar que o Brasil é um caldeirão genético francamente fodido de sementes indígenas, europeias e africanas, e esperar que de tamanha mistelga saia algo de jeito, é o mesmo que largar um elefante com o cio no meio de uma loja de tintas com todo o catálogo da CIN, e esperar que da criatividade do animal saia um novo retrato da Mona Lisa. Os taradinhos da Criação podem berrar que nisto dos seres humanos quem mais ordena é Deus, e que Deus não falha e que por isso somos todos tão bonitinhos, mas é passar os olhos pela Bíblia para perceber que lá o Todo Poderoso se pode considerar um Cristiano Ronaldo da Vida, i.e., sou tão bom, sou mesmo o melhor, não existe ninguém como eu, e etc., mas quem olhe para a desgraça em que anda o mundo topa logo que o Jeová é no máximo um daqueles jogadores da bola que por uma vez lá se lembra de fazer um chapéu ao guarda-redes, jogada da qual nem sabe como fez, passando o dia seguinte a ser entrevistado por todos os taradinhos da Comunicação Social como se fosse a segunda vinda de Cristo e o resto da vida a ser sumariamente ignorado.
Suponho que após duas semanas no outro lado do mundo devia haver mais experiências a relatar que somente a volumetria, elasticidade e capacidade de resistência à gravidade dos seios brasileiros, imagino que haja aquilo da História, Cultura e Tradição, mas essas são coisas fundamentalmente mariquinhas que precisam de tempo e conhecimento técnico específico para serem devidamente desfrutadas, e que ainda por cima não se prestam a explicações fáceis. Tudo isto enquanto um par de seios pode, e deve, ser universalmente apreciado em todos os meus múltiplos pontos de fascinio. E depois, nada me garante que quem me recorde a história do seu povo e país faça alguma ideia do que está para ali a falar. Se perguntarem a um português quem foram os Habsburgo, é provável que se meta a a falar em alguma equipa alemã cilindrada pelo Benfica esta época, e não naquelas gentinhas que aqui há alguns séculos andaram a fazer caca pelo país até serem postas a correr daqui para fora, o que simboliza não mais que a mais retumbante derrota de todas as sucessivas políticas de Educação deste país. Que esse português não saiba da História de Portugal e de quem foram os Habsburgos, é-me igual, agora que não saiba que os cilindrados pelo Benfica este ano foram os ingleses do Everton e as francesas do Marseille, e não nenhuns alemães, isso é imperdoável. Isso é gente de ralé baixa. É gente que devia ser enfiada numa masmorra a sofrer um castigo doloroso e cruel. Como um olhar mesmo muito fixo do Chuck Norris. Alea jacta est!