Há quem considere videojogos produções febris de uma indústria alicerçada no delírio juvenil, com constante bombardeamento sensorial e histórias baseadas em clichés supérfluos e com a espessura da minha folha de salário, mas é apenas uma questão de percepção das diferentes camadas de contexto, conhecimento das variadas estruturas de composição, e assimilação da simbologia metafórica.
Afinal, o Pac-Man nunca foi acerca de um bicharoco amarelo a ser perseguido por fantasmas enquanto comia bolinhas, mas sim o drama de um astronauta acossado pelos espíritos dos que morreram para lhe permitir continuar a missão, e se refugia nos ansiolíticos enquanto vaga perdido nos espaços por entre sistemas solares. Se isto era apenas um dos primeiros video-jogos, imagine-se a profundidade que pelos nossos dias qualquer Gordon Freeman pode alcançar.
Através do Travis Pitts